Temos como afirmação corriqueira
do nosso cotidiano de vida é se aprofundar por questões da maior relevância.
Estagiar inúmeras vertentes provocadas pelas ações naturais de elementos da
nossa nação perante o conceito afirmativo globalizado e consequentemente
trazendo efeitos positivos para o país. Diante de um tumultuado processo
político vivenciado pela sociedade vem à tona o mais elementar da forma
meditativa: o exercício do momento de “estabilidade” econômica que o Brasil há
muito experimenta. De certo modo, a complacência, a crença de que, por termos
reconquistado a autoconfiança no país em função do razoável crescimento
econômico, a estrada do sucesso está garantida: - essa crença é falsa-, e pode nos
levar a relaxar e perder mais um bonde da história. Sobre as chances perdidas, para
se afirmar como nação estável: a primeira foi no governo de Juscelino
Kubitschek (1956-1961), quando o plano de crescer “50 anos em 5” trouxe a
indústria automobilística, a construção de Brasília, a ampliação da malha
rodoviária e o sonho de um Brasil gigante. Mas logo no governo seguinte, de
Jânio Quadros e João Goulart, o legado de JK apareceu em forma de inflação
elevada decorrente da emissão de moeda para pagar a construção de Brasília e
outras obras. O sonho morreu e o país continuou pobre. Em 1964, a inflação de
92% viria a ser debelada pelo governo daquela época, aplicada por um duríssimo
plano de austeridade e de reformas econômicas. Com a inflação controlada, o Brasil
rumou para a segunda chance perdida, com o Plano Nacional de Desenvolvimento
(PND I, 1972-1974) e o PND II (1975-1979), quando parecia que o Brasil iria
ingressar no clube dos países ricos. A inflação ressurgiu em 1979, durou 15
anos, e veio a década perdida dos anos 80. De novo, o país falhou; não deu. A
inflação foi vencida somente em 1994, com o Plano Real do presidente Itamar
Franco comandado pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, mas o
Brasil seguia pobre e miserável, porém faceiro em sua megalomania de achar-se o
“país do futuro”. Agora, uma combinação de fatores coloca em nosso colo a
terceira chance de sairmos do atraso e construir um país desenvolvido e rico. Notáveis economistas do nosso país se inserem estes
três pontos para justificar essa nova
oportunidade, por sinal: dizem ser a última. O primeiro é o fato de a economia ter se
fortalecido, com reservas cambiais nas alturas; o país saiu bem da crise
financeira de 2007/2008 nos Estados Unidos e da crise europeia, e há bons indicadores
macroeconômicos. O segundo ponto é a emergência de uma nova classe C na última
década, com mais renda e 40 milhões de consumidores. O terceiro é um presente
que não se repetirá jamais: o chamado “bônus demográfico”. A população
brasileira saltou de 52 milhões em 1950 para 161,5 milhões em 1995. Em face da
alta taxa de fecundidade, que chegou à média de cinco filhos por mulher, a
população multiplicou-se três vezes. Essa multidão de pessoas é, hoje, uma
massa imensa com idade entre 15 e 64 anos, idade de trabalhar. Como o número de filhos por mulher caiu para
menos de dois e como ainda não temos uma multidão de idosos (porque a
expectativa média de vida era baixa), o país tem uma pequena população de
dependentes. Em resumo, a relação entre o número de crianças e idosos e o
número de pessoas em idade de trabalhar é pequena, o que permite poupar e
investir para dotar o país de infraestrutura e um estoque de capital produtivo
capaz de enriquecer a nação. O desafio é simples: temos duas décadas para usar
esse “bônus demográfico” e enriquecer o país. Sem isso, as pessoas entre 15 e
64 anos envelhecerão e terão de ser sustentadas por uma população bem menor (as
crianças e os jovens de hoje). Enriquecer antes de envelhecer; ou isso, ou nada
de Brasil rico. Por outro lado surge o “controverso da causa” teremos que batalhar
para ultrapassar uma barreira, que se vê no momento, quase intransponível, em
função da ânsia corrupta de políticos que hoje se encastelam no poder. Este se
faz o grande obstáculo.
Antônio Scarcela Jorge.
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