sábado, 6 de outubro de 2012

O BRASIL RICO POBRE


Temos como afirmação corriqueira do nosso cotidiano de vida é se aprofundar por questões da maior relevância. Estagiar inúmeras vertentes provocadas pelas ações naturais de elementos da nossa nação perante o conceito afirmativo globalizado e consequentemente trazendo efeitos positivos para o país. Diante de um tumultuado processo político vivenciado pela sociedade vem à tona o mais elementar da forma meditativa: o exercício do momento de “estabilidade” econômica que o Brasil há muito experimenta. De certo modo, a complacência, a crença de que, por termos reconquistado a autoconfiança no país em função do razoável crescimento econômico, a estrada do sucesso está garantida: - essa crença é falsa-, e pode nos levar a relaxar e perder mais um bonde da história. Sobre as chances perdidas, para se afirmar como nação estável: a primeira foi no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), quando o plano de crescer “50 anos em 5” trouxe a indústria automobilística, a construção de Brasília, a ampliação da malha rodoviária e o sonho de um Brasil gigante. Mas logo no governo seguinte, de Jânio Quadros e João Goulart, o legado de JK apareceu em forma de inflação elevada decorrente da emissão de moeda para pagar a construção de Brasília e outras obras. O sonho morreu e o país continuou pobre. Em 1964, a inflação de 92% viria a ser debelada pelo governo daquela época, aplicada por um duríssimo plano de austeridade e de reformas econômicas. Com a inflação controlada, o Brasil rumou para a segunda chance perdida, com o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND I, 1972-1974) e o PND II (1975-1979), quando parecia que o Brasil iria ingressar no clube dos países ricos. A inflação ressurgiu em 1979, durou 15 anos, e veio a década perdida dos anos 80. De novo, o país falhou; não deu. A inflação foi vencida somente em 1994, com o Plano Real do presidente Itamar Franco comandado pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, mas o Brasil seguia pobre e miserável, porém faceiro em sua megalomania de achar-se o “país do futuro”. Agora, uma combinação de fatores coloca em nosso colo a terceira chance de sairmos do atraso e construir um país desenvolvido e rico.  Notáveis economistas do nosso país se inserem estes  três pontos para justificar essa nova oportunidade, por sinal: dizem ser a última.  O primeiro é o fato de a economia ter se fortalecido, com reservas cambiais nas alturas; o país saiu bem da crise financeira de 2007/2008 nos Estados Unidos e da crise europeia, e há bons indicadores macroeconômicos. O segundo ponto é a emergência de uma nova classe C na última década, com mais renda e 40 milhões de consumidores. O terceiro é um presente que não se repetirá jamais: o chamado “bônus demográfico”. A população brasileira saltou de 52 milhões em 1950 para 161,5 milhões em 1995. Em face da alta taxa de fecundidade, que chegou à média de cinco filhos por mulher, a população multiplicou-se três vezes. Essa multidão de pessoas é, hoje, uma massa imensa com idade entre 15 e 64 anos, idade de trabalhar.  Como o número de filhos por mulher caiu para menos de dois e como ainda não temos uma multidão de idosos (porque a expectativa média de vida era baixa), o país tem uma pequena população de dependentes. Em resumo, a relação entre o número de crianças e idosos e o número de pessoas em idade de trabalhar é pequena, o que permite poupar e investir para dotar o país de infraestrutura e um estoque de capital produtivo capaz de enriquecer a nação. O desafio é simples: temos duas décadas para usar esse “bônus demográfico” e enriquecer o país. Sem isso, as pessoas entre 15 e 64 anos envelhecerão e terão de ser sustentadas por uma população bem menor (as crianças e os jovens de hoje). Enriquecer antes de envelhecer; ou isso, ou nada de Brasil rico. Por outro lado surge o “controverso da causa” teremos que batalhar para ultrapassar uma barreira, que se vê no momento, quase intransponível, em função da ânsia corrupta de políticos que hoje se encastelam no poder. Este se faz o grande obstáculo.
Antônio Scarcela Jorge.

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