Nobres:
Ao abrir as notícias da grande
mídia, deparei-me com os dados inerentes a educação em nosso país, que mostra o
estado deplorável e contraditório em que se situa. Estima-se em três milhões e
oitocentas mil crianças e jovens fora da escola, e padrões inferiores de ensino,
o Brasil encontra dificuldade em assumir posição de destaque entre as mais
prósperas economias do planeta. Prosperam dois tipos de analfabetismo: o
estrutural, com origem na desigualdade social, e o funcional, fruto de
problemas na organização de ensino. Não é hora de se avaliar toda metodologia
educacional? Como estruturar o modelo vigente para metabolizar os avanços da
ciência e da tecnologia? Distribuição de tablets para professores e alunos tem
significado? Os instrumentos lógicos do raciocínio são dimensionados para
conciliar a era do computador com a capacidade de conectar ideias e fazer
desabrochar a criatividade? Não podemos aceitar o contingente imenso de
analfabetos quando a demanda de mão de obra qualificada aumenta
exponencialmente. Que fazer quanto
milhões de empregos exigem tecnologia sofisticada? Como agir quando a
tecnologia transforma radicalmente ocupações nos campos da saúde, produção de
energia, processamento de alimentos, construção e manutenção de equipamentos
científico, educacional, militar e industrial? É sensato criarmos geração de
brasileiros cientifica e tecnologicamente analfabeta? Por que as Secretarias
Estaduais de Educação, em vez de abarcar em aventuras políticas de cada novo
ministro, não se inclinam a restabelecer nova metodologia para o ensino
noturno, em quase 90% dos estudantes são trabalhadores? Por que não
restabelecem, os Institutos de Educação e Escolas Normais, a grandeza de
Centros de Excelência na formação de professores para o Ensino Fundamental e
para atuar do antigo C.A à 4ª série? Por que não se fazem pesquisas que
constatem a ineficiência de professores, e não dos alunos? Não é saudosismo
nosso – não? A democratização da educação não se exaure no simples acesso ao
conteúdo da educação. São estatísticas que nos deploram. E o pior a situação do
estilo educacional nos ataca de forma generalizada. Não é muito diferente em
cada Estado da Federação. Aqui: “mais embaixo, a educação se apresenta pior”.
Não existe consciência em todos os setores para melhoria da qualidade. Não há
vocação para novos empreendimentos: só pensam em conquistas sutis para
capitalizar efeitos politiqueiros para os seus gestores. Por isso surge uma das
causas que “estima” em quase quatro milhões de crianças e adolescentes fora da
escola.
Antônio Scarcela Jorge
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