Nobres:
De principio nos reportamos à
grande vitória da sociedade em relação a Lei da Ficha Limpa, chega ao final, após
dois anos de sessões plenas da Corte Suprema do País – STF. Todo o seu contexto
poderá trazer o novo conceito moral do político brasileiro. Sabemos que uma
rede corporativista atuante no governo, procuram mecanismos de todas as formas
para que não se desenraize da cena política, os “notáveis” corruptos, como
Jader Barbalho, José Dirceu; Paulo Maluf; e da maioria que faz o circulo dos
últimos governos do Distrito Federal e ainda, dentre milhares que foram preliminarmente
atingidos pela mencionada lei. Este remonta pela reação da sociedade pela
sucessão de escândalos evidenciada os diversos casos principalmente o mensalão,
uma fabrica de concessões escusas promovidas por um dos ministros do primeiro governo
Lula (Casa Civil). Quem ainda não sabe que o mensalão é só o topo da sujeira? Veio
junto com a impunidade e os escândalos mal esclarecidos de arrecadação de
verbas, cuja fiação, se puxada até o fim, pode retomar por cerca de dez anos. Na
verdade a culpa também recai em quase todos os segmentos da sociedade. Idealizou-se
demais e, provavelmente, não se aprenderam a lição. Passados os anos da geração
libertária de 1968, ainda se sonha com utopias e alguma decência. É que é muito
tentador: e se no lugar dos políticos típicos que ficam se justificando pelo
indesculpável, tivéssemos verdadeiros estadistas? Enquanto o político deveria
dominar a arte, o estadista não pende ao miúdo nem a satisfação de grupos
privados, sectários dos partidos, consultorias, municiado por informações
privilegiadas ou fisiologismo das coalizões. O estadista não se ocupa do
varejo, não por que despreze os sujeitos singulares da sociedade. Pelo
contrário, sabe que um Estado benévolo só sobrevive se for bem sucedido em sua
tarefa de ajudar a emancipar seus cidadãos. O Estado precisa existir para que,
assegurada a liberdade, o cidadão consiga enfim viver sem Estado nem estadista.
Hoje vivem apesar do Estado. O estadista não se rende ao óbvio. O inconfundível
seduz “ignorantes e oportunistas” que emplacando candidaturas e cargos para
enriquecer e contemplar maiorias, se identidade, vale dizer, ninguém. O
estadista pode até ter medo da impopularidade, mais sabe que só deve obediência
à visão estratégica do solido e justo. A doutrina do estadista é a defesa –
muitas vezes as custas de ter solidão – dos direitos fundamentais da pessoa.
Não importa se algum déspota qualquer o apoiou antes – quem não tem
incoerências ou máculas? Sua lealdade depende ao “torturado”, á liberdade,
nunca a censura, mesmo aquela bem disfarça de “controle social”. Dentre essas
doutrinas próprias de um estadista, se faz necessário a produção natural de um
político que hoje o país sente ausência. Confunde-se como liderança ocasional
aquele que se projeta no sentido de permitir sistemas corruptos e dar delegação
plena aos aliados de plantão em detrimento da sociedade política racional que
pensa de outra forma. Será que o país chegou a produzir verdadeiros estadistas
ou não passaram por meras “lideranças” momentâneas que se exauriram quando
perderam o poder de mando?
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário