segunda-feira, 28 de maio de 2012

ÉTICA PARTIDÁRIA


                          No cenário partidário do país até o presente momento, inúmeros partidos políticos se candidataram ao título de campeão da decência. Quando a sociedade pensava que o PT ainda quanto oposição ostentava em suas hortes os “guardiões da ética”: - quando governo foi transformado em mito-, quando da sua primeira ação, a sua forma ética inexistiu, toda cúpula naufragou, sem exceção. Vamos ao fato, que presenciamos pela TV, a vexatória discussão no recinto da CPMI do “Escândalo Cachoeira” ofereceu um pitoresco flagrante da decomposição moral da Casa do Povo na voz de um deputado ao criticar o relator Odair Cunha (PT – MG) que, segundo ele, trata amorosamente os tchutchucas da base aliada e se finge de tigrão quando julga figuras da oposição. Os tucanos comportam-se de maneira rigorosamente idêntica. Capítulo a parte, foi deveras deprimente e vergonhosa perante a sociedade, pelo funesto Senador Fernando Collor, a forma referenciada ao cumprimentar o “marginal” Cachoeira, preso na penitenciária da Papuda, presente neste “ato” promovido pela CPMI, pelo seu tumultuado passado como jovem em Brasília e, após ascender a presidência da República, numa contorno equivocado e emocional do eleitor brasileiro, como sempre fez: - não poderia ser outra a atitude dele; eles se entendem. Por outro lado, esta CPMI não resultou de um movimento saneador, legítimo, para desbaratar o formidável esquema mafioso de Carlos Cachoeira. A Polícia Federal como mecanismo de Estado brasileiro, já desvendava grande parte dele e até o DEM se conformava com a espetacular desmoralização do seu parlamentar modelo, o senador Demóstenes Torres, office-boy de luxo do contraventor. Inspirados pelo presidente Lula, o PT e logo toda a base aliada saíram em disparada para triturar a oposição. Quando tentaram pisar no freio, já era tarde: se a oposição tinha um governador implicado na saracoteia, a situação estava com dois e a principal empreiteira do PAC, a Delta, afundada até o pescoço no lodaçal. As origens da imoralidade no Brasil remontam às ambiguidades das instituições do colonizador, entre elas, a Santa Inquisição. Em 1945, derrubado o Estado Novo fascista, a conservadora UDN empunhou a bandeira da “eterna vigilância” sem conseguir definir quais eram os seus adversários. O doido Jânio Quadros usou a vassoura como símbolo para chegar a presidência. Posteriormente, outro símbolo – a cuia- foi usada por um candidato vitorioso a prefeitura. Exceção deste, que criou popularidade durante a campanha. Depois se comprovou em que a campanha presidencial, depois se comprovou que apenas inovara na maneira de receber “ajudas” – a sua parte preferia em espécie. O golpe de 1964 tinha pretensões moralizadoras., mas esqueceu-as rapidamente. O oposicionista MDB logo se dividiu em “autênticos” e “moderados”, estes com imoderados apetites. O PT foi criado em 1980 para neutralizar a força do “partidão” (o PCB) na estrutura do MDB e liquidar o peleguismo corrupto. Empolgou o país., chegou ao poder, mas não se livrou das pragas que contaminaram o exercício do poder: dois anos depois, em 2004, já estava enredado num escândalo, orquestrado pelo mesmo Carlinhos Cachoeira. Depois veio o mensalão, “a menina protetora” de Lula em prol de seus participantes. Nascido no PMDB, o PSDB pretendia manter-se longe do radicalismo e das trambicagens de Orestes Quércia. Com a bandeira da social-democracia e o suporte de quadros de nível pretendia criar uma combinação de eficiência com decência. Produziu façanhas, entre elas entregar a faixa presidencial ao opositor, mas a presença do tucano goiano Marconi Pirillo na teia de Cachoeira mostra que a experiência paulista não conseguiu federalizar-se. A busca da verdade não tem condições de prosperar em ambientes dominados pela busca desmedida de poder. Ética é uma forma de abrir mão do poder. Um partido da ética precisaria um compromisso básico com a probidade. O resto é secundário, não faltam administradores competentes em nossa vida pública para atender às necessidades nacionais, estaduais e municipais. O conceito de “rouba, mais faz” é a nossa desgraça. Criado por Ademar de Barros, gloriosamente amplificado por Paulo Maluf três décadas depois, (Alias, como ainda tem Malufistas em Nova-Russas, uma cidade que “cresceu” sob “ideologia metafísica” e vulgar na forma de comportamento de seus políticos) corre o risco de ser ressuscitado por outros “populistas”. Carlos Cachoeira é o símbolo de uma obsessão apolítica, multipartidária, sem bandeiras. Só será erradicado por uma coligação de largo espectro composta em partes iguais por tchutchucas e tigrões. A sociedade em comum, espera que este quadro desolador da política brasileira, advinda à décadas, mas desperta para o mesmo formato seja pelo menos amenizado através de sólidos pensamentos de uma nova sociedade que se forma através de uma geração sintonizada com a modernidade básica de conceito ético que certamente sucederá pessoas e conceitos éticos, diante de uma nação que não é levada a séria, por ação dos políticos.
Antônio Scarcela Jorge
Em tempo: estaremos abordando os seguintes temas:
1.    Que nos preocupa, são - “As Fichas Sujas” - (e tem muitos), que não foram enquadrados na - “Lei da Ficha Limpa!” - ainda permanecem no poder.
2.    Os 2% de preferência de intenções de votos, serão suficientes para virar à Mesa? – mesmo assim, é difícil alcançar este “mísero” percentual!                 

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