domingo, 24 de junho de 2012

POLÍTICA ANÁLOGA EM TODO CANTO


                           Dentro de uma linhagem de opinião tenho pautado a elevar assuntos de cunho nacional, Porém disserto oportunamente os questionamentos setoriais quando se estabelece o caso. Como não poderia deixar de ser, volto as atenções sobremodo, as eleições municipais, onde o mais importante evento nessa camada é: - a capital paulista-, por concentrar no maior centro urbanístico do país, onde se evidencia também como maior referencial político e econômico do país ostentando o maior orçamento municipal e o terceiro do país, logo atrás da União e do Estado de São Paulo. Imbuído na contradição encontrada em ações setoriais, darei vazão também ao senso crítico de nossa sociedade que tem uma visão escorreita do nosso dia-a-dia. Primeiramente trato como de suma importância, como “espelho urbanístico de maior do país” obviamente se torna como central o tema em se tratando de “embates” eleitorais. Desta forma como qualificar ações preliminares visando a escolha dos partidos naturalmente estabelecendo acordos para indicações das candidaturas à Prefeito e Vice, especialmente. Pragmatismo, realismo, impudência não foram inventados pelo ex-presidente Lula quando decidiu cortejar o seu arqui-inimigo Paulo Maluf e, em troca, receber o apoio para seu candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Imprecisões, perífrase e truques verbais, geralmente cínicos, fazem parte da moral ibérica que ao longo dos séculos permeou nossos padrões de exigência, permitindo entre o decente e indecente. Sobretudo na esfera política. Por exemplo: José Sarney foi um dos principais representantes do regime militar no Congresso e, mesmo assim, Tancredo Neves o escolheu como companheiro de chapa para derrotar no Colégio Eleitoral o adversário Paulo Maluf, representante da linha dura. A benção deste mesmo Maluf ao candidato paulistano de Lula não é extraordinária – ao contrário, é bem ordinária. Comum. Surpreendeu apenas aqueles que ignoravam nosso acervo histórico. Feito notável, admirável, merecedor de louvores e prosa e verso foi a renúncia da pré-candidata a vice de Haddad, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que teve a suprema audácia de abrir mão da indicação, ultrajada pelo apoio que sua chapa receberia de uma figura que tanto abomina. Com a candura e a inteireza que a caracterizam, porém sem apelar para adjetivos, a ex-prefeita deixou claro que não se sentiria à vontade com o apoio de alguém que sempre combateu. Como foi tema do meu comentário anterior, abdicar e renunciar, agora dando uma nova conotação em sentido ético, sobretudo com coerência com valores morais, constitui um ato excepcional em uma sociedade onde impera o vale-tudo para chegar e manter-se no poder. Erundina não quis trair os seus tradicionais eleitores e trocou os holofotes que a acompanhariam no palanque da mais importante disputa do próximo pleito para manter-se como uma mais diligente e respeitadas deputadas. - “Cá como meus botões”-: fico a meditar sobre o distanciamento cultural, ético de nossa gente daqui! Fatos dessa natureza não dão evidência. No desenrolar de uma campanha, tem-se por conveniência – enganar e ser enganado. É uma retórica parceira entre candidatos e eleitores. Naturalmente resulta no “afundamento” do desenvolvimento da sociedade no âmbito administrativo nessas comunidades interioranas, como setores da Saúde, Educação e Infraestrutura este último se tem um sutil programo é para atender segmentos que no cotidiano se implanta as mais absurdas “obras” nas ruas destas cidades, onde o senso de racionalidade passa longe destes atos. Entre essas questões distintas, mas se resultam na formatação de um destroçado cenário partidário dominado pela devassidão, pela troca de favores e pelo despudorado corporativismo, “tanto lá, como cá”.com referências tão marcantes como essa, o eleitor, de bom senso, perceberá a aberração dos partidos de aluguel, as farsas que se escondem atrás das siglas e programas partidários, e o faz de conta que domina as entranhas de uma democracia incapaz de enxergar as deformações que sofre. Precisava aqui e lá ter “umas Erundinas” para prestarem enorme favor a uma sociedade moralmente desassistida. Por ações de Erundina que estabeleceu um novo paradigma neste conturbada política que assistidos certamente terá o resultado imediato de sua inédita desistência deverá ter reflexo nos cuidados até nesses políticos acostumados e empenhados no se dar bem. Alguns excepcionalmente nessa área ainda poderá recuperar-se com facilidade sobre intempestivas ações de costumes e, se souber converter plurais exemplos em oportunidade para assumir como efetivo representante da nova geração de servidores do povo. Esse é o ensejo que se principia.
Antônio Scarcela Jorge              

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