Retomamos a questão do ensino
público a noção básica das políticas públicas e da sociedade brasileira. Estima-se
em três milhões e oitocentas mil crianças e jovens fora da escola com padrões
inferiores de ensino. O Brasil encontra dificuldade em assumir posição de
destaque entre as mais prósperas economias do planeta. “Florescem” dois tipos
de analfabetismo: o estrutural, com origem na desigualdade social, e o
funcional, fruto de problemas na organização de ensino. Não é de ocasião se
avaliar toda metodologia educacional? Como estruturar o modelo vigente para
metabolizar os avanços da ciência e da tecnologia? Os instrumentos lógicos do
raciocínio são dimensionados para conciliar a era do computador com a capacidade
de conectar ideias e fazer desabrochar a criatividade? Não podemos aceitar o
contingente imenso de analfabetos quando a demanda de mão de obra qualificada
aumenta exponencialmente. Que fazer quanto milhões de empregos exigem
tecnologia sofisticada? Como agir quando a tecnologia transforma radicalmente
ocupações nos campos da saúde, produção de energia, processamento de alimentos,
construção e manutenção de equipamentos científico, educacional, militar e
industrial? É sensato criarmos geração de brasileiros cientifica e
tecnologicamente analfabeta? Podemos amoldar as nossas conveniências locais? Por
que Por que não se fazem pesquisas que constatem a ineficiência de professores,
e não dos alunos? Esses questionamentos merecem reflexão. Por esta razão é que
a “democratização” da educação não se exaure no simples acesso ao conteúdo da
educação. As referidas estatísticas nos deploram. E o pior a situação do estilo
educacional nos ataca de forma generalizada. Não é muito diferente nos estados
da Federação. Unidades economicamente fragilizadas “a educação se apresenta
pior”. Não existe consciência em todos os setores para melhoria da qualidade. Não
há vocação para novos empreendimentos: só pensam em conquistas sutis para
capitalizar efeitos politiqueiros em prol de seus gestores sem exceção.
Antônio Scarcela Jorge
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